Novos aparelhos de celular permitem levar personal trainer no bolso

Não é só nos sofisticados aparelhos das academias que se pode encontrar a tecnologia a serviço do fitness. Hoje os adeptos da atividade física também podem se exercitar carregando no bolso ‒ ou no próprio uniforme ‒ itens que atuam como pequenos personal trainers, registrando o tempo e as marcas atingidas, permitindo o monitoramento do progresso e ainda aproximando online os praticantes de esporte.

“Hoje temos avaliadores físicos cada vez mais portáteis, como os relógios, frequencímetros, medidores de calorias e distância percorrida. Os aparelhos celulares suportam programas e aplicativos que auxiliam muito na execução de exercício”, diz Pedro Pinheiro Paes, doutor em Ciências da Saúde e professor do departamento de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Também estão em desenvolvimento aparelhos que buscam potencializar os efeitos da prática de exercícios, aliando-os a benefícios à saúde e à boa forma.



Boa parte dos aplicativos para smartphone funcionam como softwares tudo-em-um, reunindo as funções de medidor de distância, ritmo, calorias queimadas, frequência cardíaca e cronômetro e registrando as marcas atingidas a cada sessão de exercícios, que também são armazenadas no site do aplicativo.

O mapeamento dos trechos percorridos e até a sugestão de novas rotas normalmente são feitos de forma integrada ao GPS do aparelho. Outros recursos populares são os programas de coaching ¿ planos de exercícios que podem ser escolhidos pelo usuário ‒, onde ele define a determinação e o ajuste de metas a serem alcançadas e o compartilhamento da performance e dos resultados via redes sociais. Entre os exemplos de aplicativos fitness estão o iMap My Fitness, com versões exclusivas para diversas atividades; o Endomondo Sports Tracker, suportado por diversas plataformas; e o Strava, que conta com uma versão especial para os ciclistas.

Grandes marcas esportivas Adidas e Nike também resolveram investir na tendência e lançaram seus próprios aplicativos, disponíveis gratuitamente para iPhone e Android. No site de ambas as marcas, é possível criar um perfil para salvar os registros e ver a análise detalhada dos exercícios, além de interagir com a comunidade cadastrada. Os softwares integram as linhas Adidas miCoach e Nike+, que incluem produtos como monitores de frequência cardíaca e sensores de movimento que podem ser acoplados ao tênis e acompanham o desempenho do usuário literalmente passo a passo. “O desenvolvimento da nanotecnologia está tornando o chip cada vez menor e já existem pesquisas para que eles sejam colocados na roupa do atleta, para medir a temperatura do corpo e o batimento cardíaco com o menor grau de interferência no movimento”, conta Paes.


Apesar das facilidades oferecidas pelos softwares e dispositivos, é preciso lembrar que os itens auxiliam nos exercícios de forma operacional e não substituem a orientação dos instrutores ou, dependendo do caso, a prescrição médica. “Os aplicativos permitem à pessoa fazer um controle do seu treino, mas a indicação do programa de treinamento mais adequado deve sempre ficar a cargo do profissional de educação física”, destaca Paes. O professor acrescenta que os aplicativos podem ser úteis na relação entre instrutor e aluno, permitindo o monitoramento à distância do treino.

Fototerapia em movimento
No Brasil, o Grupo de Óptica e Fotônica do Instituto de Física da USP de São Carlos desenvolveu um potencializador de exercícios que, além de melhorar a performance muscular, traz também benefícios terapêuticos e estéticos. O aparelho consiste em uma esteira ergométrica com dois arranjos de LED posicionados nas laterais, emitindo raios infravermelhos que otimizam os efeitos da prática do exercício na região das pernas e glúteos. Diferentemente dos aparelhos tradicionais utilizados na medicina e odontologia, as placas de 2 mil LEDs permitem a irradiação de grande área corpórea e fazem do equipamento o primeiro do mundo a aplicar o infravermelho em movimento.

As análises práticas do aparelho mostraram que a combinação de atividade física e fototerapia promoveu a regeneração dos tecidos, auxiliando no tratamento de dores e lesões musculares e atuando sobre os efeitos do envelhecimento. “Acreditamos que o aumento da circulação sanguínea nas áreas exercitadas tenha favorecido o aporte de oxigênio pelo músculo, o que melhora o desempenho e também transporta o ácido lático, que é o que causa dor e fadiga após o exercício”, explica Fernanda Paolillo, doutora em Biotecnologia pela UFSCar e pesquisadora do grupo.

Os testes realizados com mulheres verificaram que a estimulação da circulação sanguínea também se reflete no aspecto da pele, reduzindo a flacidez e a celulite. Fernanda acrescenta que o aparelho atenuou em 50% a perda de massa óssea em mulheres na pós-menopausa, fator importante para a prevenção da osteoporose, além de aumentar a capacidade aeróbica e a massa muscular.

Contudo, para que os efeitos do aparelho sejam efetivos, o exercício deve ser feito em trajes de banho para que o infravermelho seja absorvido pela pele. O equipamento já foi patenteado pela universidade e ainda não tem previsão de chegada ao mercado, mas Fernanda ressalta que o baixo custo dos LEDs tem potencial para torná-lo competitivo. Portáteis, as placas também podem ser adaptadas para outros aparelhos de ginástica, como as bicicletas.

 

Fonte: TECNOLOGIA.TERRA.com.br

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