Cuidado com o excesso nos suplementos
NUTRICIONISTAS brasilienses contestam pesquisa de especialista norte-americano para tornar mais eficaz a prática de esportes e recomendam cautela na ingestão de proteínas combinadas de soja e de leite
Patrícia Banuth
Uma pesquisa realizada pelo norte-americano Greg Paul, diretor de NUTRIÇÃO esportiva, e publicada no jornal da American College of Nutrition afirma que o consumo de proteína isolada de soja combinada com proteína do soro de leite (whey) e proteína do leite (caseína) ajuda a promover a recuperação muscular e torna mais eficaz o desempenho de quem pratica esporte. De acordo com o pesquisador, a ingestão de suplementos que contêm essa combinação proteica fornece vantagens nutritivas em comparação com o consumo de apenas um tipo de proteína.
Mas, segundo Alan Ferreira, mestre em ciência da NUTRIÇÃO e autor da tese Adequabilidade dos suplementos alimentares à legislação e efeitos metabólicos em ratos, o consumo de proteínas está mais ligado à síntese de proteína (recuperação muscular) que à eficácia da prática de esportes. “É preciso tomar muito cuidado com a utilização de suplementos e com as promessas dos fabricantes. A recuperação muscular está indiretamente ligada ao desempenho, então, de uma certa forma, afeta no rendimento, mas não dessa forma que eles apresentam”, alerta.
O NUTRICIONISTA Pedro Vinícius Freire Bezerra não orienta que praticantes de atividades físicas tomem suplementos, apenas atletas que se submetem a sobrecargas. De acordo com ele, uma ALIMENTAÇÃO balanceada supre as necessidades diárias e dispensa a utilização de compostos. “Normalmente, as pessoas já ingerem mais proteínas do que precisam. Se a pessoa já tiver uma pré-disposição a ter algum problema renal e ingerir suplementos em excesso pode vir a ter, por exemplo, insuficiência renal”, adverte.
O também NUTRICIONISTA João Paulo Romeu concorda com Pedro Vinícius. “Quem faz academia, que não trabalha com tanta sobrecarga como os atletas de alto rendimento, não tem por que experimentar suplementos só porque eles estão na moda. A proteína da soja é encontrada em grãos de soja, em cubos e no leite. A do soro de leite você pode obter nas carnes e a caseína em iogurtes, em queijos e no leite. Se consumidas nos horários certos, de acordo com o que o NUTRICIONISTA orienta, elas facilitam na recuperação muscular”, afirma.
Custo menor
Alan Ferreira esclarece que, comparada às proteínas de origem animal (ovo, o leite e as carnes), a da soja tem um valor nutricional inferior. “Na minha opinião, não tem sentido incluir a proteína de soja porque a caseína e a whey já exercem a função de colaborar na hipertrofia muscular. A adição da proteína da soja pode estar relacionada a dar um custo menor ao produto”, argumenta. Ele, contudo, não é contra o uso de suplementos, desde que sob orientação profissional. “O que influencia na escolha pelo próprio leite ou suplemento são fatores como a disponibilidade de tempo, as preferências e os hábitos alimentares de cada um. Não existe o mais adequado, pois os resultado são similares”, acrescenta.
A recomendação dos NUTRICIONISTAS para se conseguir uma recuperação muscular mais rápida é a que depois da prática de exercícios, primeiramente, se ingira carboidratos e, logo após, proteínas. Segundo eles, a ingestão de suplementos de nada ajuda se não for acompanhada de uma ALIMENTAÇÃO correta. “A recuperação muscular depende da energética, que está ligada aos carboidratos, e à consequente secreção de hormônios metabólicos. O ideal não é consumir proteínas logo depois de se exercitar porque elas vão ser utilizadas como fonte de energia e não como substrato da síntese de proteínas musculares e, assim, você pode não ter o resultado esperado”, ensina o NUTRICIONISTA Alan Ferreira.
Aliança norte-americana
Greg Paul é PhD e diretor global de NUTRIÇÃO esportiva da Solae, líder mundial no desenvolvimento de novas tecnologias à base de soja para a indústria de ALIMENTOS, carnes e produtos nutricionais. A empresa foi formada por aliança das áreas de ALIMENTOS das gigantes americanas DuPont e Bunge.
Acompanhamento profissional faz a diferença
José Hector Blanco é um exemplo de que a ingestão de suplementos sem uma DIETA balanceada e adequada com as intenções individuais de nada ajuda na recuperação muscular e no rendimento físico. Adepto de suplementos, José Hector disse que nunca tinha sentido carência de um acompanhamento nutricional até ver a diferença depois que começou a receber orientações.
“Quando eu tomava suplemento, sem acompanhamento a questão estética não acompanhava a física, ou seja, meu desempenho não melhorava. Depois que mudei a ALIMENTAÇÃO e passei a usar suplementos com a orientação correta, percebi um aumento na massa muscular, da força e a melhora nos treinamentos”, afirma.
Fonte: CFN.org.br
Publicar comentário